O Livro de Urântia – A Questão da sua Origem

Urantia Book

A pergunta que mais frequentemente fazem as pessoas
que descobriram O Livro de Urântia é: “Quem poderia me dizer algo sobre a origem e a autoria do livro?” Essa pergunta geral é normalmente seguida de uma série de indagações mais específicas. É lógico que as pessoas se interessem na origem de um livro tão estimulante e desafiador como O Livro de Urântia. A nossa cultura nos condicionou a depender de fontes e autoridades para avaliar publicações de todo tipo. Isso é assim particularmente no caso da religião.

Normalmente, apenas uma combinação de tradição, aceitação social e conhecimento em primeira mão a respeito da sua qualidade dará uma resposta satisfatória às pessoas comuns, acerca das origens da informação revelada. Embora os estudiosos da Bíblia tenham declarado que o nosso conhecimento dos documentos originais do Novo Testamento é tão pobre que “atualmente podemos saber quase nada acerca da vida e personalidade de Jesus,” a maioria de nós não se incomoda com a origem ou a qualidade histórica do Novo Testamento. A experiência durante séculos validou a sua qualidade.

Neste momento, não existe uma tradição similar de aceitação que dê uma resposta “satisfatória” à questão da origem do Livro de Urântia; algum dia, quando cresça o impacto dele na civilização, existirá essa tradição. Agora o livro deve ser avaliado unicamente em função da sua qualidade – com base em uma experiência pessoal com a sua autenticidade intrínseca, ou com a sua falta de autenticidade. A mensagem do Livro de Urântia deve ser experienciada antes de podermos avaliar a sua qualidade e considerarmos a probabilidade da natureza reveladora da sua origem. Antes de você ter lido todo O Livro de Urântia, portanto, é virtualmente impossível lhe dar uma resposta muito satisfatória a respeito da origem dele; e, depois de ter lido o livro, os comentários de outros a respeito da sua origem terão pouca importância.

Contudo, essa questão dos leitores novos não deveria ser ignorada ou respondida de um modo superficial. Tal como uma pessoa que esteve apaixonada pode dar uma ideia sobre esse estado exaltado a um amigo inexperiente, do mesmo modo nós nos esforçaremos para compartilhar com você a informação relacionada com a origem do Livro de Urântia. Nós bem sabemos, no entanto, que esse conhecimento de segunda mão tem grandes limitações no que respeita ao processo de autenticação, e que apenas uma experiência de primeira mão quanto à qualidade do livro pode dar uma adequada perspectiva à questão da sua origem.

Em primeiro lugar, reconheçamos que nenhum ser humano sabe muito sobre os detalhes e pormenores a respeito da origem dos documentos de Urântia. A informação mais precisa sobre a origem do livro é dada pelos próprios reveladores. Eles admitem francamente que é praticamente impossível traduzir os conceitos da divindade e da eternidade para a linguagem limitada e os conceitos finitos do homem. [1, 17]

Aqueles que nos proporcionam as verdades ampliadas da revelação estão limitados também por rigorosas restrições para transmitir conhecimento não merecido. Eles não estão autorizados a antecipar as descobertas científicas do futuro. [1109]. Eles admitem sinceramente, mesmo sob o risco de enfraquecer a influência e a autoridade dos documentos, que as revelações não são mais do que parciais, e praticamente adaptadas às condições locais no tempo e no espaço. [1008]. Essa franqueza é verdadeiramente louvável. Para se comunicar eficazmente, os reveladores também devem apresentar ensinamentos que não estejam muito distantes do pensamento e das reações da idade na qual eles são apresentados. [1007]. Eles compreendem que nós, os seres humanos, gostamos de proceder do simples ao complexo, mas eles sabem que a sabedoria espiritual se alcança apenas por meio de uma abordagem holística: a compreensão da origem, história e destino das realidades universais. [215]. Para compensar essas deficiências e limitações na comunicação, os reveladores usaram milhares de conceitos humanos, cuidadosamente selecionados, para ajudá-los a transmitir a sua mensagem usando os nossos padrões de referência. [17, 1343]

A elaboração efetiva dos documentos de Urântia foi atribuída a três comissões especiais de personalidades do universo. A Parte I foi formulada por uma alta comissão de vinte e quatro administradores de Orvônton (o superuniverso), dirigida por um Conselheiro Divino, e foi apresentada no ano de 1934. As Partes II e III foram autorizadas por uma comissão de Nébadon (o universo local) de doze membros, atuando sob a direção de Mantútia Melquisedeque, e foram redigidas nos anos de 1934 e 1935. A Parte IV foi promovida por uma comissão de doze intermediários de Urântia, atuando sob a supervisão de um diretor revelador Melquisedeque.

Após formular uma mensagem destinada a cumprir um propósito divino no nosso planeta, a seguinte grande tarefa a realizar foi escolher um modo de estabelecer comunicação entre os níveis espirituais do universo e os mortais materiais no nosso planeta. Os preparativos necessários à apresentação dos documentos de Urântia a nós foram realizados pelos seres intermediários secundários (seres muito próximos a nós que podem funcionar nos mundos material e espiritual). Deve ficar claro, porém, que as criaturas intermediárias não estão envolvidas nos fenômenos relacionados com o “espiritismo” ou a “mediunidade, nem permitem, geralmente, aos humanos presenciar os seus contatos com o mundo material. [865]

As condições preparatórias para apresentar os documentos de Urântia foram completadas ao ser contatado o Ajustador do Pensamento altamente experiente de um ser humano do nosso mundo. Foi por meio desses ajustamentos cósmicos que os documentos de Urântia foram materializados no idioma inglês. [1208-1209, 1243, 1258]

O que fizeram exatamente os intermediários secundários, nós não sabemos. Esses detalhes, sem dúvida sensatamente, não nos foram revelados. A comunicação da verdade espiritual é o propósito principal da revelação, e os seres espirituais que a apresentaram são sábios o suficiente para não se deixar desviar pela nossa curiosidade humana natural acerca dos fenômenos relacionados com a revelação, os quais estão além do nosso conhecimento científico atual. Os reveladores dizem simplesmente na página 648: “Redigimos estas narrativas e as colocamos na língua inglesa, por meio de uma técnica autorizada pelos nossos superiores”. Eles não explicam os detalhes dessa técnica. Nós supomos que, na nossa ascensão no universo, algum dia saberemos alguma coisa sobre a natureza dessa metodologia reveladora. Por enquanto, os seus pormenores exatos permanecem um “mistério magistral”.

Nunca vamos saber quem era o ser humano cujo versátil Ajustador do Pensamento ajudou a trazer a quinta revelação de época ao nosso mundo, por que os reveladores fizeram as poucas pessoas que o conheceram prometer segredo. Eles não queriam que nenhum ser humano se destacasse como relacionado de maneira sobrenatural com a revelação do Livro de Urântia, por causa da tendência humana a deificar e a se associar de forma desproporcional mais com o indivíduo em questão, do que com a mensagem. É surpreendente que os autores dos documentos de Urântia nos revelaram tanto quanto o fizeram. Pensando bem, você reconhecerá as perguntas insistentes sobre os “detalhes” não revelados a respeito da origem do livro como sendo uma analogia psicológica ao pedido recorrente a Jesus para “mostrar-nos um sinal.”

Nenhum ser humano determinou o conteúdo do Livro de Urântia. O Conselheiro Divino que supervisou a Parte I do livro diz: “Estou encarregado de patrocinar aqueles documentos que descrevem a natureza e os atributos de Deus, porque eu represento a mais alta fonte de informação disponível para tal propósito, em qualquer mundo habitado. Tenho servido como Conselheiro Divino em todos os sete superuniversos, e por muito tempo residi no centro paradisíaco de todas as coisas. Muitas vezes, tenho eu desfrutado do prazer supremo de uma estada na presença pessoal direta do Pai Universal. Eu descrevo a realidade e a verdade da natureza e dos atributos do Pai, com autoridade indiscutível; eu sei do que falo.” [*32]

Passemos agora à parte humana da história, que pode ser interessante, mas não tem significado espiritual. Em preparação para apresentar os documentos da quinta revelação de época e colocá-los sob os cuidados de um grupo de seres humanos responsáveis, os reveladores contataram com um pequeno grupo de pessoas em Chicago. Os reveladores pediram aos líderes desse grupo para se abster não apenas de revelar a identidade do indivíduo associado à apresentação dos documentos, mas também de discutir os detalhes relativos à chegada dos documentos. Portanto, nós nunca saberemos exatamente donde ou como foram recebidos os documentos. A razão dada para esse pedido de sigilo é que os reveladores estão determinados a que as futuras gerações tenham O Livro de Urântia totalmente livre de ligações com mortais. Os seres humanos frequentemente estão mais preocupados com fenômenos inusitados do que com a realidade espiritual. Já que não há informação documentada a respeito de “eventos milagrosos” relacionados com os seres humanos associados à origem do livro, esperamos que as gerações atuais e as futuras estejam livres da preocupação com mitos e questões relacionadas a eles, de modo que a mensagem do Livro de Urântia possa resplandecer em todo o seu brilho. Os reveladores querem que a quinta revelação de época seja sustentada pelas suas próprias declarações e ensinamentos. Apesar de todos os cuidados dispensados pelos reveladores para nos entregar O Livro de Urântia livre das “cascas” da sua chegada, já há dezenas de estranhas histórias apócrifas sobre a sua origem.

O Livro de Urântia foi publicado em 12 de outubro de 1955.

Este relato sobre a origem do Livro de Urântia, como referimos anteriormente, não é espiritualmente satisfatório. Apenas uma experiência direta com a mensagem superlativa do livro pode confirmar a sua fonte espiritual de origem. Na realidade, a informação sobre a sua origem nada tem a ver com a verdade ou com a qualidade espiritual do livro. Isso deve ser julgado pelo leitor com base no conteúdo do livro. A mensagem do Livro de Urântia tem uma surpreendente autoverificação e consistência. O espírito residente no homem é, em última análise, a única entidade que pode afirmar a verdade eterna dessa magnífica mensagem.